09/02/2014

Mar, Vida e Pão

MAR, VIDA E PÃO

A refrega vira forte temporal…
Céu negro de espuma iluminado,
Em cada instante há convés inundado
Em balanço de prenúncio fatal.

Vem farta, de porão a transbordar,
Acrescido risco de capotagem.
O patrão, um herói de pilotagem,
S’esforça… sem a poder alijar.

As mulheres e mães em ansiedade,
Cabeça coberta, na escuridão,
Invocam as preces à divindade.

Ao longe, avistam um lampião…
“Louvor, Senhora da Guia… bondade,
Aportem com vida e haja pão!”



© Jorge Nuno (2014)

Obs.: A minha homenagem às gentes sofridas que ganham a vida no mar, com este soneto feito no dia da tempestade "Stephanie", que assolou o litoral português.

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