13/01/2013

Contentamento


CONTENTAMENTO

Ontem,
Com tanta inquietude,
A mente quis outros caminhos
E eu, desajeitado,
De cabeça desfeita,
Arrastei o corpo com ela
No desespero da busca,
Como que à procura
Do pote de ouro
No fim do arco-íris.

Hoje,
Sinto contentamento,
Com mente e corpo juntos,
Por fazer o que quero fazer,
Sem procurar refúgio seguro,
Por abençoado que sou
Ao escutar o coração,
Os sussurros do divino,
E em deleite interior
Ter encontrado o caminho.

© Jorge Nuno (2012)

Erros e Acertos


ERROS E ACERTOS

Por vezes erro…
Na severidade da auto-observação
Que me transtorna e desarma;
Na luta contra partes de mim
A raiar a autoagressão;
No meu sentido de luta
Quando não fará sentido;
Na insistência em querer consertar
O que sempre esteve funcional;
Na interiorização de vozes externas
De aprovação e reprovação;
Na teimosia em pisar
A semente antes de germinar.

Por vezes acerto…
Na forma de dar vida
Ao meu génio interior;
Na passada que me leva
Pelo caminho da inspiração;
Na vivência da intenção
Sem acusar a tensão;
No modo sentido do desejo
Sem denotar apego;
No desvanecer dos dilemas diários
Ao libertar-me dos medos;
Na procura de viver a felicidade
E não viver para a felicidade.

© Jorge Nuno (2012)

Guerreiro Sem Descanso


GUERREIRO SEM DESCANSO

Não dou descanso ao guerreiro
Na batalha da imposição, que rejeito,
Em lutas que é necessário travar,
Porque a esperada mudança,
Quer aceitemos ou não,
Não se faz por imposição.

Não dou descanso ao guerreiro
Na batalha de vontades, que aceito,
Em ganhos de luta interior,
Porque a esperada mudança,
A tal que nos revigora,
Faz-se de dentro para fora.

Irei procurar manter,
Em alerta, o estado de vigília
E o mecanismo de sobrevivência,
Para ficar em segurança,
Fora da prisão invisível
Criada pelas minhas limitações mentais,
Que por vezes me mantém cativo,
Até conseguir aumentar
O conhecimento consciente.

© Jorge Nuno (2012)