20/12/2012

Semente do Saber



SEMENTE DO SABER

Assolado por desconforto,
De tormentos construído,
Se sinto opressão no fazer
E necessidade de crescer,
Com a semente do saber
Afasto-me da inação,
Imprimo à atitude, firmeza,
E vou além da incerteza.

Regulo o despertador interno,
Oriento a bússola
Das sensações íntimas
E, com a liberdade do ser,
Sem enfoque no ter,
Espero da mente, lucidez,
E com a devida temperança
Promovo a mudança.

Vivencio, então, com prazer,
A minha zona de conforto,
Ao ver surgir do nevoeiro,
De retorno a bom porto,
Em novo ciclo prazenteiro
A ansiada alegria de viver.

© Jorge Nuno (2012)

14/12/2012

Tempo para Viver

  "O Valor do Tempo", técnica mista s/ tela, 30x23, Jorge Nuno (2008)


TEMPO PARA VIVER

Posso divagar
E ver o tempo fugir.

Posso tardar
E não ter tempo de reagir.

Posso parar
E ver o relógio a andar.

Posso acelerar
E ver a vida escapar.

Assim como posso encontrar
Tempo para relaxar,
Tempo para meditar
E tempo para viver
A vida devagar.

© Jorge Nuno (2012)

12/12/2012

Levantemos o Véu (ou Os Sete Véus de Ilusão)




 Foto: Extraída de http://www.fotosearch.com.br/fotos-imagens/v%C3%A9us.html


LEVANTEMOS O VÉU 
(OU OS SETE VÉUS DE ILUSÃO)

Levantemos o véu
Num abandono da vitimização,
Da autoculpabilização
Ou apontar do dedo culpabilizador,
Iniciando a transformação interna
Na condução do nosso destino.

Levantemos o véu
Numa aceitação da espiritualidade,
Na crença e na certeza
De outros mundos habitados,
Dispostos a transformar o mundo físico
Num planeta purificado.

Levantemos o véu
Num início de atos de perdão,
Conduzido por amor incondicional
Abraçando no amor universal,
No gesto e na oração,
Quem magoou e foi magoado.

Levantemos o véu
Numa procura de reconexão
A outras dimensões,
Encontrando as chaves
Para ativar a iluminação
E acelerar a ascensão.

Levantemos o véu
Numa compreensão da vida animal
E respeito pela sua existência,
Reconhecendo o poder da Natureza
E encetando luta pela sua preservação,
Em recompensada abundância energética.

Levantemos o véu
Numa nova forma de olhar,
Com o olho da mente,
Ver a interligação dos factos,
Aumentando a consciência individual
E a consciência universal.

No cais, preparados para a saída,
Depois de removida a âncora
E dado o silvar de partida,
Levantemos o véu
E façamos a viagem iluminada
Para atingir o sétimo céu.

© Jorge Nuno (2012)

10/12/2012

L Ato de la Criaçon i la Genialidade



Poema traduzido e declamado por Domingos Raposo na Casa da Cultura de Miranda do Douro, na sessão inaugural da Exposição "Evasões Sobre a Arte e a Escrita Criativa" de Jorge Nuno, em 07-12-2012, com honrosa presença do Senhor Presidente da Câmara, Artur Nunes.

L ATO DE LA CRIAÇON I LA GENIALIDADE

La miente assossegada, çcuntraída,
Deixa-se tomar pula fuonte d’anspiraçon,
Scuita la boç de drento
I ampeça l ato de la criaçon.

Ancunciente
I cunciente,
Andependientes,
De manos dadas
Fáien aparcer l’eidia criativa.
L ancunciente
Ouregina-la.
L cunciente
Reconhece-la.
L  ancunciente
Acarina-la.
L cunciente
Balida-la (ou scamuge-la).

La meditaçon
Faborece la criatividade
Manifestada na poesie i pintura.
Las atebidades criativas
Cumo la poesie i la pintura
Faborécen la meditaçon.

Neste antrelhaçado, mas splicado,
Ciclo bicioso i biciante
(Pul gozo de la biaige)
Al deixar(-se) la spresson
Scrita i plástica manar,
Esta assume l mando
I ganha forma de rialidade.
Mas inda queda la dúbeda!...
Seia ou nó recoincida…
Dadonde ben la genialidade?

Outor: © Jorge Nuno (2012)
Traduçon de:  Domingos Raposo


26/11/2012

Evasões em Demanda de Paz



Evasões IV, oléo s/ tela 50x40, Jorge Nuno (2012)

EVASÕES EM DEMANDA DE PAZ

Parto em demanda de paz
Num formigueiro de inquietação.
Hei de procurar navegar
Em sãos momentos de evasão.
Posso até estar equivocado
E ver o meu sonho adiado,
Como posso voltar para trás
Depois de me ter encontrado.

© Jorge Nuno (2012)

25/11/2012

Crianças Soldado e Uns Passos Atrás



Foto: http://www.chongas.com.br/2010/03/galeria-de-fotos-criancas-soldados/

CRIANÇAS SOLDADO 
E UNS PASSOS ATRÁS

Crianças Soldado,
Recrutadas à força,
Doutrinadas para obedecer e matar,
Combatentes, espias,
Mensageiras, transportadoras,
Escudos humanos,
Escravas sexuais…
Cedo deixam a inocência
E carregam o medo nos seus braços,
Num estado temporário de barbárie
Ao serviço dos Cartéis
E dos Senhores da Guerra,
Joio das más tendências.
São uns passos atrás.
Com a infância assassinada,
Vítimas da pobreza,
Da propaganda
E interesses ideológicos,
Cedo deixam esta dimensão,
Dissolvem véus de ilusão,
E carregam consigo os males do mundo,
A resgatar em próximas vidas,
Em recicladas experiências humanas.

© Jorge Nuno (2012)